O Ministério da Educação apresentou uma proposta de reformulação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e sua utilização como forma de seleção unificada nos processos seletivos das universidades públicas federais.A proposta tem como principais objetivos democratizar as oportunidades de acesso às vagas federais de ensino superior, possibilitar a mobilidade acadêmica e induzir a reestruturação dos currículos do ensino médio.
As universidades possuem autonomia e poderão optar entre quatro possibilidades de utilização do novo exame como processo seletivo:
• Como fase única, com o sistema de seleção unificada, informatizado e on-line;
• Como primeira fase;
• Combinado com o vestibular da instituição;
• Como fase única para as vagas remanescentes do vestibular.
TIRE SUAS DÚVIDAS
1 - Quais instituições podem adotar o Enem como vestibular?
Todas as faculdades federais, estaduais ou particulares, mas elas também podem optar por não aderir.
2 - O Enem continua como é hoje?
Não. Primeiro, porque ocorrerá em outubro, e não em agosto. Segundo, porque será composto de 200 questões mais redação (antes eram 63) baseadas no saber escolar, e não mais na experiência de vida. Os estudantes, que antes eram avaliados em um dia, terão dois dias de prova.
3 - A instituição que aderir ao Enem pode adotar outro processo seletivo em paralelo?
Sim. Elas podem adotar o Enem como primeira fase e realizar uma segunda fase própria.
4 - É possível utilizar o Enem para concorrer em mais de uma faculdade?
Sim. O estudante pode concorrer em no máximo cinco cursos da mesma faculdade ou de faculdades diferentes, não necessariamente englobadas numa única área do conhecimento. Ele pode, por exemplo, realizar uma prova que é válida para a Ufba, o ITA ou a UFRJ. A partir do escore obtido, poderá se matricular na 1ª ou na 5ª opção escolhida.
5 - O concorrente pode passar em duas ou mais faculdades ao mesmo tempo?Não. O ponto de corte de cada curso é que definirá se o concorrente será aprovado na 1ª, na 2ª ou na 5ª opção escolhida.
6 - Uma vez feita a prova, o estudante pode mudar suas “apostas” a depender do seu desempenho?
Sim. Ele poderá mudar a opção do curso até um dia antes da divulgação dos resultados.
7 - O Enem só pode ser aplicado a estudantes em formação?
Não. Qualquer pessoa com ensino médio completo pode se inscrever.
8 - O Enem só poderá ser feito uma vez?
Não. Se o concorrente obteve nota ruim, ele pode tentar novamente. Este ano, só haverá uma prova, dias 3 e 4 de outubro, mas o MEC pretende aplicar pelo menos duas em 2010. A meta é chegar a sete por ano, como acontece no modelo americano SAT.
Reportagem da VEJA:
1. O que cairá no novo Enem?
Serão 200 questões de múltipla escolha divididas em quatro áreas do conhecimento (ciências naturais e humanas, linguagens e matemática), além de uma redação. O exame abrangerá menos assuntos do que o vestibular, mas falta o MEC dizer o que vai ficar de fora.
2. O que deve estudar alguém que vai tentar o ingresso, nos próximos meses, numa universidade que aderir ao modelo?
Na ausência de uma definição mais específica sobre o que será exigido na nova prova e quais as instituições que vão adotá-la, o ideal é preparar-se tanto para o vestibular quanto para o atual Enem (cujos simulados podem ser encontrados no site do MEC). A velha versão do exame testa apenas habilidades mais gerais, como a capacidade de interpretar textos e de solucionar problemas da vida real, e muito pouco conteúdo específico. Do antigo Enem, a nova prova manterá a contextualização das questões – mas elas passarão a ser 100% calcadas nas disciplinas do ensino médio.
3. Os cursinhos vão preparar os alunos para o novo Enem ainda neste ano?
Sim. Quatro das maiores redes do país afirmaram a VEJA que vão fazer adaptações nas aulas e no material didático de modo a treinar os alunos para o novo exame.
4. O Enem passará a ser o único critério para a seleção nas universidades que o adotarem? A decisão caberá a cada instituição. O MEC propõe dois modelos. No primeiro, as universidades podem usar o resultado da prova como preferirem, inclusive fazendo uma segunda fase própria. A outra opção é aderir ao Sistema de Seleção Unificado. Neste caso, é necessário que o Enem seja a única etapa do processo seletivo. As vagas ficam disponíveis em um sistema eletrônico de inscrição, válido para todo o país.
5. É possível usar o mesmo Enem para se candidatar a uma vaga em diferentes universidades?
Sim. Este é exatamente o propósito da prova nacional. No entanto, nos casos em que a universidade aderir ao Sistema Unificado haverá um limite de até cinco opções por candidato, que devem ser colocadas em ordem de preferência. As vagas de um curso serão oferecidas antes àqueles estudantes que o tiverem escolhido como primeira opção.
6. Como saber se a nota obtida no exame será suficiente para o ingresso num curso?
Esta é uma das principais mudanças do sistema proposto pelo MEC: o aluno receberá sua nota antes de se inscrever nos concursos das faculdades e poderá, ainda, consultar as médias dos demais candidatos à vaga que ele deseja. Isso será feito por meio do sistema on-line de inscrições, onde tais informações estarão abertas a consulta. Assim, o candidato passa a ter uma visão muito realista de suas chances no processo seletivo.
7. Pessoas que se formaram na escola há mais tempo podem fazer o novo Enem? Sim. Qualquer pessoa com diploma de conclusão do ensino médio pode se inscrever – não importa a idade.
8. Quando será divulgada a lista das universidades federais que vão adotar o novo sistema em 2009?
O prazo-limite é até o fim de abril, uma vez que, caso optem pelo vestibular tradicional, as instituições precisam ter tempo hábil para formular as provas e organizar o concurso. VEJA ouviu 51 dos 55 reitores de universidades federais. Destes, 25 são favoráveis à mudança neste ano, mas falta submeter a questão aos respectivos conselhos.
9. Faculdades estaduais e particulares também podem aderir?
Sim. Na semana passada, o ministro Fernando Haddad se encontrou com dirigentes de instituições estaduais e particulares justamente para tentar atraí-las. Mais de 500 particulares já avisaram que vão aderir. A USP e a Unicamp, que têm os dois maiores vestibulares do país, vão ficar de fora, pelo menos em 2009.
10. Uma nota ruim no Enem pesará contra o estudante?
Não. É do aluno a decisão de apresentar o resultado às universidades – ou simplesmente ignorá-lo e fazer uma nova prova. Não há limite de vezes para tentar o Enem.
11. Qual será a periodicidade do Enem?
Neste ano, haverá só um, nos dias 3 e 4 de outubro. Em 2010, o MEC pretende aplicar pelo menos dois. A meta é chegar a sete por ano, como o SAT, modelo americano no qual se inspira o novo Enem.
12. Se o aluno quiser tentar a transferência de curso ou de faculdade terá de fazer o Enem?
Não necessariamente. Hoje, cada universidade tem um sistema próprio para selecionar os alunos que pedem transferência. Algumas avaliam o boletim da faculdade, outras aplicam um teste. Se quiserem, poderão também considerar a nota no novo Enem. Nesse caso, quem não tiver realizado o exame precisará fazê-lo.
13. Por quanto tempo a nota da prova será válida?
O MEC ainda não bateu o martelo, mas a tendência é que feche o prazo em três anos. Nesse período, o aluno pode apresentar a mesma nota às universidades. Como o Enem é um exame padronizado, ao contrário do vestibular, estatisticamente é possível, sim, comparar as médias de alunos que realizaram provas em anos diferentes.
14. Quem vai elaborar e corrigir as provas?
O Inep, órgão ligado ao MEC que já cuida de outras avaliações oficiais, como o próprio Enem. Uma comissão de especialistas ajudará a estabelecer o conteú-do do exame. Uma empresa especializada em aplicação de provas, que será definida por licitação, ficará encarregada da logística do concurso.
15. Se o candidato fizer o Enem durante o ensino médio, ele poderá guardar a nota para quando se formar?
Não. A nota só será válida para aqueles estudantes que já completaram o ensino médio.
16. Haverá alguma mudança nas universidades que já adotam cotas? Não muda nada. Cotistas e não cotistas terão de fazer a mesma prova.
1 - Quais instituições podem adotar o Enem como vestibular?
Todas as faculdades federais, estaduais ou particulares, mas elas também podem optar por não aderir.
2 - O Enem continua como é hoje?
Não. Primeiro, porque ocorrerá em outubro, e não em agosto. Segundo, porque será composto de 200 questões mais redação (antes eram 63) baseadas no saber escolar, e não mais na experiência de vida. Os estudantes, que antes eram avaliados em um dia, terão dois dias de prova.
3 - A instituição que aderir ao Enem pode adotar outro processo seletivo em paralelo?
Sim. Elas podem adotar o Enem como primeira fase e realizar uma segunda fase própria.
4 - É possível utilizar o Enem para concorrer em mais de uma faculdade?
Sim. O estudante pode concorrer em no máximo cinco cursos da mesma faculdade ou de faculdades diferentes, não necessariamente englobadas numa única área do conhecimento. Ele pode, por exemplo, realizar uma prova que é válida para a Ufba, o ITA ou a UFRJ. A partir do escore obtido, poderá se matricular na 1ª ou na 5ª opção escolhida.
5 - O concorrente pode passar em duas ou mais faculdades ao mesmo tempo?Não. O ponto de corte de cada curso é que definirá se o concorrente será aprovado na 1ª, na 2ª ou na 5ª opção escolhida.
6 - Uma vez feita a prova, o estudante pode mudar suas “apostas” a depender do seu desempenho?
Sim. Ele poderá mudar a opção do curso até um dia antes da divulgação dos resultados.
7 - O Enem só pode ser aplicado a estudantes em formação?
Não. Qualquer pessoa com ensino médio completo pode se inscrever.
8 - O Enem só poderá ser feito uma vez?
Não. Se o concorrente obteve nota ruim, ele pode tentar novamente. Este ano, só haverá uma prova, dias 3 e 4 de outubro, mas o MEC pretende aplicar pelo menos duas em 2010. A meta é chegar a sete por ano, como acontece no modelo americano SAT.
Reportagem da VEJA:
1. O que cairá no novo Enem?
Serão 200 questões de múltipla escolha divididas em quatro áreas do conhecimento (ciências naturais e humanas, linguagens e matemática), além de uma redação. O exame abrangerá menos assuntos do que o vestibular, mas falta o MEC dizer o que vai ficar de fora.
2. O que deve estudar alguém que vai tentar o ingresso, nos próximos meses, numa universidade que aderir ao modelo?
Na ausência de uma definição mais específica sobre o que será exigido na nova prova e quais as instituições que vão adotá-la, o ideal é preparar-se tanto para o vestibular quanto para o atual Enem (cujos simulados podem ser encontrados no site do MEC). A velha versão do exame testa apenas habilidades mais gerais, como a capacidade de interpretar textos e de solucionar problemas da vida real, e muito pouco conteúdo específico. Do antigo Enem, a nova prova manterá a contextualização das questões – mas elas passarão a ser 100% calcadas nas disciplinas do ensino médio.
3. Os cursinhos vão preparar os alunos para o novo Enem ainda neste ano?
Sim. Quatro das maiores redes do país afirmaram a VEJA que vão fazer adaptações nas aulas e no material didático de modo a treinar os alunos para o novo exame.
4. O Enem passará a ser o único critério para a seleção nas universidades que o adotarem? A decisão caberá a cada instituição. O MEC propõe dois modelos. No primeiro, as universidades podem usar o resultado da prova como preferirem, inclusive fazendo uma segunda fase própria. A outra opção é aderir ao Sistema de Seleção Unificado. Neste caso, é necessário que o Enem seja a única etapa do processo seletivo. As vagas ficam disponíveis em um sistema eletrônico de inscrição, válido para todo o país.
5. É possível usar o mesmo Enem para se candidatar a uma vaga em diferentes universidades?
Sim. Este é exatamente o propósito da prova nacional. No entanto, nos casos em que a universidade aderir ao Sistema Unificado haverá um limite de até cinco opções por candidato, que devem ser colocadas em ordem de preferência. As vagas de um curso serão oferecidas antes àqueles estudantes que o tiverem escolhido como primeira opção.
6. Como saber se a nota obtida no exame será suficiente para o ingresso num curso?
Esta é uma das principais mudanças do sistema proposto pelo MEC: o aluno receberá sua nota antes de se inscrever nos concursos das faculdades e poderá, ainda, consultar as médias dos demais candidatos à vaga que ele deseja. Isso será feito por meio do sistema on-line de inscrições, onde tais informações estarão abertas a consulta. Assim, o candidato passa a ter uma visão muito realista de suas chances no processo seletivo.
7. Pessoas que se formaram na escola há mais tempo podem fazer o novo Enem? Sim. Qualquer pessoa com diploma de conclusão do ensino médio pode se inscrever – não importa a idade.
8. Quando será divulgada a lista das universidades federais que vão adotar o novo sistema em 2009?
O prazo-limite é até o fim de abril, uma vez que, caso optem pelo vestibular tradicional, as instituições precisam ter tempo hábil para formular as provas e organizar o concurso. VEJA ouviu 51 dos 55 reitores de universidades federais. Destes, 25 são favoráveis à mudança neste ano, mas falta submeter a questão aos respectivos conselhos.
9. Faculdades estaduais e particulares também podem aderir?
Sim. Na semana passada, o ministro Fernando Haddad se encontrou com dirigentes de instituições estaduais e particulares justamente para tentar atraí-las. Mais de 500 particulares já avisaram que vão aderir. A USP e a Unicamp, que têm os dois maiores vestibulares do país, vão ficar de fora, pelo menos em 2009.
10. Uma nota ruim no Enem pesará contra o estudante?
Não. É do aluno a decisão de apresentar o resultado às universidades – ou simplesmente ignorá-lo e fazer uma nova prova. Não há limite de vezes para tentar o Enem.
11. Qual será a periodicidade do Enem?
Neste ano, haverá só um, nos dias 3 e 4 de outubro. Em 2010, o MEC pretende aplicar pelo menos dois. A meta é chegar a sete por ano, como o SAT, modelo americano no qual se inspira o novo Enem.
12. Se o aluno quiser tentar a transferência de curso ou de faculdade terá de fazer o Enem?
Não necessariamente. Hoje, cada universidade tem um sistema próprio para selecionar os alunos que pedem transferência. Algumas avaliam o boletim da faculdade, outras aplicam um teste. Se quiserem, poderão também considerar a nota no novo Enem. Nesse caso, quem não tiver realizado o exame precisará fazê-lo.
13. Por quanto tempo a nota da prova será válida?
O MEC ainda não bateu o martelo, mas a tendência é que feche o prazo em três anos. Nesse período, o aluno pode apresentar a mesma nota às universidades. Como o Enem é um exame padronizado, ao contrário do vestibular, estatisticamente é possível, sim, comparar as médias de alunos que realizaram provas em anos diferentes.
14. Quem vai elaborar e corrigir as provas?
O Inep, órgão ligado ao MEC que já cuida de outras avaliações oficiais, como o próprio Enem. Uma comissão de especialistas ajudará a estabelecer o conteú-do do exame. Uma empresa especializada em aplicação de provas, que será definida por licitação, ficará encarregada da logística do concurso.
15. Se o candidato fizer o Enem durante o ensino médio, ele poderá guardar a nota para quando se formar?
Não. A nota só será válida para aqueles estudantes que já completaram o ensino médio.
16. Haverá alguma mudança nas universidades que já adotam cotas? Não muda nada. Cotistas e não cotistas terão de fazer a mesma prova.
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