sexta-feira, 18 de junho de 2010

José Saramago nos vestibulares

   A morte do escritor José Saramago aos 87 anos nesta sexta-feira (18) aumenta a chance de que sua obra, uma das grandes referências da língua portuguesa, seja tema de questões dos próximos vestibulares, segundo especialistas em literatura.
   Livros do escritor, que foi o único autor da língua portuguesa a receber um prêmio Nobel de Literatura, já fizeram parte de listas de leitura obrigatória de várias instituições de ensino superior.
   Apesar de estar fora da lista unificada de grandes vestibulares deste ano, professores afirmam que questões que usem a obra dele como tema podem aparecer em provas de interpretação de texto e redação.
   Segundo o professor de literatura da Universidade de Brasília (UnB), Alexandre Pilati, a morte de um autor tão valorizado por críticos e leitores como Saramago fará com que seja bastante valorizado nos vestibulares. Um dos textos que já foram leitura obrigatória na UnB, segundo Pilati, foi o discurso que Saramago leu no Fórum Social Mundial, “Esse Mundo de Injustiça Globalizada”.
   Segundo o especialista em Saramago da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Odil José de Oliveira Filho, que dá aulas no campus de Assis, no interior de São Paulo, os estudantes podem esperar que a obra do português esteja nos vestibulares, já que ele ocupará a mídia pelos próximos dias e semanas. “Os vestibulares têm o jornalismo impresso como fonte de elaboração, então deve aparecer, tanto nas provas de língua, interpretação, como nas questões literárias, da história da literatura. Acho justo que aconteça”, afirmou.
   Pilati cita algumas obras de Saramago que merecem a repercussão que tiveram, como “Ensaio sobre a cegueira”, “Todos os nomes” e “A caverna”. “Ele consegue dar uma forma muito bem acabada, em termos de estética, ficcionais, às inquietações dele”, afirmou.
 
Religião
   A posição política e ideológica marcantes, com grande crítica à Igreja Católica, como as obras “Evangelho segundo Jesus Cristo” e “Caim”, aliadas à inovação dos textos, são a marca de Saramago, segundo Pilati. “Esses aspectos se fundem em um só comportamento, que são marca do autor”, disse Pilati.
   Para Oliveira Filho, a obra de Saramago foi dividida pelo próprio autor em duas grandes fases. Na primeira, ele pesquisou a “estátua”, o monumento histórico, como em “Memorial do convento”, “O ano da morte de Ricardo Reis” e “Jangada de pedra”.
   A partir de “Ensaio sobre a cegueira”, o autor passa a pesquisar a “pedra”, que é a própria matéria, a vida contemporânea, segundo Oliveira Filho, como faz também em “Homem duplicado”. “A grande lição que Saramago deixa é a da inquietação, da possibilidade de pensar. Era um homem irrequieto. Sua maior virtude foi a reivindicação pela liberdade dos homens e de poder pensar”, disse Oliveira Filho.

2 opiniões:

Anônimo disse...

Seria bom colocar que essa matéria foi copiada do G1, né?

Tem que colocar a referência meu, filho

Anônimo disse...

Concordo com o colega ou colega acima.

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